A Função Estratégica frente ao novo Cenário Mundial
Uma das principais lições que podemos tirar do ano de 2016 é que o mundo passa, cada vez mais, por mudanças muito rápidas que, por vezes, não são fáceis de prever ou apreender. Mais do que nunca, faz-se necessário que ações efetivas imperem sobre as palavras...
Sobre este mote que o tema escolhido para a reunião do Fórum Econômico Mundial, neste ano, foi a “Liderança Responsiva e Responsável”.
Líderes do mundo inteiro reuniram-se em Davos, Suíça, entre os dias 17-20 de Janeiro, com o objetivo maior de discutir estratégias para uma economia mais inclusiva, que crie oportunidades para todos. Para tanto, aprofundaram assuntos, como: os vínculos existentes entre negócios, tecnologia e responsabilidade social; e o contexto protecionista de algumas nações. Por fim, levantaram questões sobre: como tudo isso irá impactar frente a pobreza e a crise da classe média mundial; quais estratégias já existem, ou terão que ser criadas, e quais deverão ser desafiadas.
Não é novidade que o Brasil está passando por momentos de instabilidade, de mudanças, de novas políticas que tem impactado diretamente na gestão e nos negócios das organizações em todo país. Podemos sentir os efeitos da crise, como o baixo crescimento econômico, a alta da inflação, disparos do dólar, aumento do nível da pobreza e desemprego.
Sem dúvida, ter uma estratégia nunca foi tão importante quanto nos dias de hoje. Assim como a sua contextualização, feita por estrategistas habilidosos e mais flexíveis. O mundo e o Brasil pedem por isso hoje !
A crise da classe média e a desigualdade social
Dentre os vários painéis ocorridos durante o Fórum Econômico Mundial, debateu-se muito sobre a “crise da classe média”. Os painelistas relataram os fortes sentimentos percebidos pelas pessoas, tais como: a falta de confiança e de esperança, a desilusão eminente sobre o futuro que lhes aguarda.Somam-se a estes sentimentos, a dificuldade de crescimento econômico e a desigualdade social, que deveria ser a prioridade das políticas econômicas.
Segundo alguns comentários, os governos, de um modo geral, não conseguem desenvolver estratégias para solucionar o problema a curto prazo. Na verdade, o que se tem observado, são as reações ao simples fato de que as pessoas não se sentem ouvidas, tais como: Brexit, referendo italiano, eleição presidencial americana, manifestações públicas, com dizeres do tipo “Eles não me representam...”, entre outras.
Um estudo do Fundo Monetário Internacional, de 2013, assinado pelos especialistas Jaejoon Woo, Elva Bova, Tidiane Kinda e Y. Sophia Zhang, aponta que políticas de controle de gastos públicos resultam na geração de desemprego a curto prazo, o que contribui para a contração da classe média e o aumento do fosso social entre ricos e pobres. O estudo mostra que pacotes de ajustes podem ter resultados adversos, dependendo das estratégias escolhidas na gestão pública. "Pacotes de cortes nos gastos públicos tendem a piorar a desigualdade social", afirma o levantamento.
O documento revisou políticas de ajuste fiscal executadas durante os últimos 30 anos por países desenvolvidos e em desenvolvimento. A conclusão foi de que o primeiro reflexo de cortes nos gastos públicos é um aumento do desemprego e consequente aumento da desigualdade social.
Anti-globalização
Soma-se a tudo isso, e como consequência, o surgimento do populismo, para muitos definido como anti-globalização, ou protecionismo, ou nacionalismo.
O que se viu nos primórdios dos anos 90, numa fase da globalização, com os “trade agreements”, foi um aumento de renda anual dos países emergentes, com impacto direto no PIB, e diminuição do tamanho do fosso de riqueza dos países em questão. Porém, o que se observa agora, poderia ser o fim desta globalização e talvez, o início de uma nova era chamada de “provincialização”, ou “protecionismo”. É sabido que tanto a classe média, quanto a baixa, são as que mais sofrem com o protecionismo.
Estratégia
Faz-se necessário pensar sobre os rumos que os desenvolvedores das políticas públicas seguirão nos próximos 5-10 anos. Irão por uma linha mais nacionalista? Ou continuarão buscando a globalização?
Durante o Fórum, falou-se sobre a tendência de se acabar com a globalização. Ao mesmo tempo, falou-se também que o mundo caminha para um novo estágio de relações globais, onde políticas nacionais ditarão como determinados eventos de globalização deverão ocorrer.Ou seja, seria um misto de nacionalismo determinante com/sobre uma globalização mais flexível e adaptável.
Para tanto, países e blocos econômicos (Tratado Transpacífico, NAFTA, Mercosul, Pacto Andino, União Européia etc) necessitariam desenvolver uma nova estratégia que, antes de mais nada, possa ajudá-los a lidar com este novo cenário mundial.
Mais do que tudo, é preciso levar a sério o nacionalismo crescente, entender que não há atalhos e que o processo de mudança é demorado, que o setor privado necessita de uma nova visão, que é preciso transparência e responsabilidade, e uma constante luta por valores éticos. Crescimento em infraestrutura, tecnologia e educação devem ser prioritários. Para se garantir um crescimento sustentável é necessário desenvolver uma capacidade local, mas sem esquecer a estratégia global.
Mercado
Mesmo existindo um mercado global, os maiores desafios que teremos serão locais e mais complexos do que nunca. As empresas terão de lidar com uma multiplicidade de economias, novas regras de governança, e novas tecnologias.
Nesse ponto, se diferenciarão aquelas empresas que estiverem mais preparadas. Aquelas que possuem a capacidade de se reinventar e se adaptar a novas realidades em um curto período são as que se destacarão neste ano. O fator inovação, tanto tecnológico quanto humano, é e continuará sendo um dos grandes aliados dos gestores nos processos de mudança.
Toda crise gera insegurança e medo, mas também gera oportunidade. São nos momentos mais difíceis que encontramos a nossa força e enxergamos as oportunidades.
O desenvolvimento de um bom plano estratégico, e principalmente a sua execução, ajudará as empresas a sobrepor ao momento de crise. Estes são alguns pontos para considerar:
Como flexibilizar o andamento da estratégia de uma empresa em função dos novos cenários
Como produzir mais, gastando menos
Qual a capacidade e velocidade de reação da empresa aos momentos de crise
Como gerenciar riscos mediante novos cenários
Como abrir espaço para a inovação
Como conquistar a mente, o coração, e o espirito do consumidor
Como atrair as pessoas certas para o negócio da sua empresa
Qual a estratégia de desenvolvimento de novos produtos/serviços e exploração de novos mercados
Como melhorar o engajamento dos colaboradores para que ajudem as empresas a sair da crise
Uma empresa de gestão em consultoria, com uma abrangência estratégica e operacional, é uma boa alternativa para apoiar as empresas a passarem pela crise e prepará-las para o crescimento.
Um olhar de fora conduz as empresas ao desenvolvimento de um plano mais eficaz e eficiente, identificando rapidamente os obstáculos e pontos críticos para tomada de decisões, orientando como e onde implementar novas estratégias, e como se diferenciar dos competidores.
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Heloisa Beigin
Líder de Marketing & Vendas
innovativa - Executivos Associados
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